27 abril 2009

25 de Abril 2007


Passaram 2 anos. Não contei os meses, as semanas, os dias, as horas, mas senti-os. Senti-os brutalmente a pesar sobre o meu corpo, tão jovem ainda. Senti-os a pesar sobre esta alma tão tenra e ainda tão dependente de ti quando partis-te. Porque foi tudo muito rápido, bruto. Sem aviso. Foi muito forte…
Hoje, sinto verdadeiramente que partis-te. Que foste embora. Que a tua vida acabou mas que a minha não. E que é assim que tem de ser, por mais que doa cá dentro, por mais que insista em viver com a certeza que num lugar ou noutro eu hei-de-te encontrar mais uma vez, para dizer-te, sem qualquer embaraço o quanto te amei, o quanto te amo ainda e o quanto me deste nessa tua vida com tanto sentido.
Começo também agora a ter a certeza que sentis-te tudo isto na hora da tua morte. Foste doce, tão doce…
Ás vezes dou por mim com o olhar perdido quando vejo um neto e uma avó a brincarem, a discutir, a conversar ou somente a existirem. Apetece-me lembrar-lhes a sorte que têm em poderem sentir-se, tocar-se, cheirar-se, porque nós, netos, esquecemos-nos que os avós têm um tempo mais reduzido e que talvez também por isso sejam eles os adultos com mais tempo do mundo para nós. Porque eles dão valor ao tempo. Bem sei que não são todos… mas tu foste.
Hoje a casa está diferente. Tenho o meu espaço. Haverias de ter orgulho em mim…
Nem sempre é fácil. Á vezes ainda fraquejo. Era uma menina muito mimada, bem sabes.
Mas neste caminho que percorri aprendendo a lidar com a tua ausência e com tudo aquilo que ela provocou em mim, na nossa casa, nas nossas vidas, tornei-me uma Mulher.
Passados dois anos, assumo pacificamente que o teu colo não está mais aqui. Nem mesmo para mim. No entanto, ao fim de dois anos, também tenho a certeza que jamais te deixarei morrer, é impossível. Sentimos-te muitas vezes quando estamos juntos. Falamos de ti e brindamos à tua vida. À vida fantástica que nos proporcionas-te!
E no final de contas é isso que importa. Foi isso que nos ensinas-te também.
A nossa vida, por aqui, continua.
E tu…tu viverás para sempre dentro de mim. Em paz.
A morte também faz parte da vida!
Penso que hoje arrumo uma caixinha. A caixinha que te pertence.
Amo-te avó!

1 comentário:

Unknown disse...

Deixo-te um beijinho e um abraço amigo :)

Uma boa semana para ti linda!