30 dezembro 2009

my mood

Ressaca de festas.
E outra vez tudo de novo,
As ideias que se baralham, confundem, interpelam e a ausência que só tu me consegues fazer sentir.
Não te quero mais. Morre dentro de mim! Saí das minhas entranhas.
É a tua injustiça. O teu egoísmo. A tua incapacidade não de amar, mas de saber amar.
É a minha necessidade. É a tua falta de coragem. É o meu medo.
É o castelo de areia que insistes em destruir e que eu volto a construir uma e outra vez, como uma criança.
E sou eu a caminhar por entre novelos de lã de cores infinitas
Em busca do fim para conseguir novamente encontrar o inicio.

E eu que sempre soube tão bem onde era o inicio e onde era o fim.
Larga-me a alma! Deixa-me livre outra vez...

22 dezembro 2009

O menino Jesus


O dia aproxima-se. As pessoas tornam-se mais vulneráveis, as mais sós, mais tristes, as mais “cheias” mais atarefadas e depois há aquelas que se enchem de amor, porque o têm, porque gostam e em todos estes estados, os subsídios de natal, por esta altura já voaram da maior parte das contas bancárias. E a economia agradece. Porque hoje damos presentes a todos. Aqueles que realmente queremos e aqueles a quem temos que dar porque fica bem ou por que sabemos que o pai natal, para alguns, ou o menino Jesus, para outros, deixará na sua chaminé uma lembrança, mesmo que não seja útil para nada, mesmo que nada tenha haver connosco. Mas é natal. E no Natal temos de dar.
O Natal cá em casa sempre foi repleto de presentes. A minha mãe e a minha avó sempre tiveram um gosto enorme em dar e confesso que eu e o mano fomos uns meninos muito mimados no que diz respeito a esta data. Uma caixa de bombons não era uma caixa de bombons embrulhados, a mãe fazia questão de embrulhar bombom por bombom, para serem muitos os embrulhos, para ver uma e outra vez aquele brilho de curiosidade nos nossos olhos e bolas, olhando agora para trás, relembro como o meu coração batia de felicidade quando os presentes começavam a chegar à árvore. Vinham por fases: 1º Punham-se alguns antes do jantar, depois no fim iam-se buscar mais alguns milagrosamente escondidos em casa da avó, e depois uma hora antes “da hora” vinha a ultima remessa e num natal ou outro ainda havia a grande surpresa escondida depois de desembrulhados freneticamente todos os outros presentes.
A sala era pequena para os nossos presentes depois de desembrulhados, por isso o mano ficava entre a sala e cozinha. A minha mãe dava os presentes junto à lareira, à avó ficava no sofá grande, com tudo arrumadinho, e eu, ficava no chão aos seus pés com tudo espalhado para ela ter com que se entreter, ia arrumando.
Sempre fomos poucos na Noite de Natal. Quatro. Depois do casamento da mãe, passamos a cinco e depois do casamento do mano, seis. Os seis fantásticos….A noite de Natal cá em casa sempre foi uma noite muito, muito feliz e eu, sempre fui o “menino Jesus”, mesmo quando me pirava lá para as 2h da manhã, para ir curtir a famosa noite de natal na discoteca famosa aqui da linha! A Avó, ao inicio morria de desgosto, pois o natal era sagrado, mas com o passar dos anos consegui mostra-lhe que por ser tão sagrado também deve ser comemorado com a outra família, aquela que escolhemos : Os amigos! Ela lá acabou por entender, ou então fingiu que entendeu, não sei… mas sei que já me dava a sua “bênção” e isso bastava-me para ir curtir a minha noite. A mãe ao inicio também não achava muita piada, mas também lhe dei a volta.
Só no dia 25 nos juntávamos com o resto da família. A noite de 24 era nossa e só nossa.
Há 2 anos tudo mudou. A avó deixou de estar no sofá.
Há dois anos tive o pior natal da minha vida. Há dois anos esta casa não teve natal. Teve presentes, teve bacalhau, teve arvore, teve vinho do bom, teve lareira, teve os cinco, teve até sorrisos, mas não teve Natal. E foi precisamente há dois anos que eu entendi o que é o natal.
Há dois anos julguei perder para sempre o “menino Jesus” que há dentro de mim.
Entendo agora aqueles que dizem que não gostam da Época. Porque o natal deixa-os tristes, frágeis. Entendo-os, mas felizmente, hoje, distingo-me deles.
Este ano, ao contrário de todos os outros natais, não vai haver muitos presentes, foi o combinado, mas tenho a certeza que haverá novamente “natal” dentro dos nossos corações.
E é isso que é o natal para mim. É uma noite em que tudo pára e em que não nos esquecemos um único segundo o quanto nos amamos, o quanto somos importantes nas vidas uns dos outros. E por isso celebramos! Sim é só um dia.E daí?
Nos dias de hoje é um milagre arranjar tempo para se ficar assim, cúmplice, sem pressas, sem preocupações e é também um milagre a vontade vencer o cansaço e deixarmo-nos ficar assim, vulneráveis, com todos os outros natais presentes no nosso coração, com todos aqueles que já passaram por os nossos “natais” e com a consciência de que é uma sorte termos a oportunidade de o viver mais um ano!
Por isso tudo, este ano haverá novamente “menino Jesus” cá em casa! É, hoje, um “menino Jesus” mais crescido, mais gasto, mas também um menino Jesus mais bonito, mais brilhante, mais “cheio”!
Eu gosto do Natal…
Ninguém mais me arrumará os presentes mas também eu já não quero que mos arrumem.
E sentirei a falta dela toda a noite, e sentirei para o ano novamente, e sentirei o outro ainda, e sentirei para sempre. Porque é impossível arranca-la das nossas vidas, da nossa história.
E um dia, quando vierem os filhos, os sobrinhos, as outras gerações, o seu lugar no sofá será de outra avó e o natal deles será como o nosso e saberão com certeza quem foi a Mãe e a Avó Maria do Carmo nas nossas vidas, nos nossos natais.
Este ano volto a sentir finalmente o calor dentro do meu coração. Passou o luto. Voltou a alegria.
E este é o melhor presente que recebi em toda a minha vida!
Feliz Natal!

04 dezembro 2009

Ficar por Terra



E a malta vai toda para Granada ter com a nossa "espanhola" e a amelie , mais uma vez, por cá fica...
Sou uma desgraçada!!!!! É como me sinto hoje!
Mas não sou uma desgraçada qualquer. Sou uma desgraçada bem disposta pois finalmente acho que este fim de semana posso acender a lareira e apreciar tranquilamente a beleza dos tarolos a arderem efusivamente e nesta altura do campeonato nem queiram saber o luxo que isso é!!
Entre um powerpoint e umas garrafinhas de vinho, avizinha-se um fim de semana tranquilo, entre filmes, musica e pijamas!
Gosto.




P.s- Migaça, sei que me lês, desculpa, não dá mesmo...


Saudades tuas!!!






01 dezembro 2009

Um feriado qualquer

Hoje é feriado e fazendo uma viagem temporal aqui na vida da amelie, recuando um ano atrás, estaria provavelmente, por esta altura ,a acabar de curtir a minha ressaca, porprocionada pela noite maravilhosa de ontem.Sim, porque sempre adorei vésperas de feriado. Eram sinónimo de festa. Ou então não, talvez pudesse estar a caminho do treino que foi o que uma amiga acabou de fazer à 10 minutos atrás depois de me deixar em casa.
Depois de termos estado a tarde a estudar Inglês (não sei porquê, o exame vai ser uma merda) , fomos desanuviar para o cinema ver um filmezinho bem ao género de feriado. Ideia que deve ter iluminado as mentes de metade de Portugal, pois o shopping, mais precisamente o cinema estava infernal. Pais, filhos, avós, amigos, solitários, todo o mundo decidiu ir ao cinema hoje. Porque será? Nem teve um dia horroroso nem nada...
Enfim, fui ver a Julie & Julia, um filme bem ao género de domingo à noite com lareira acesa e pijaminha vestido e sabem que mais? Adorei. É delicioso. Mais uma vez a capacidade da Merly streep de engrandecer qualquer personagem.
Chego a casa e sinto-me incrivelmente bem disposta, quando, quisera eu perder algum tempo a fazer introspecção, teria razões mais do que suficientes para chorar e berrar. O tema do filme é-me particularmente chegado. Eu que tanto hesitei em entrar ou não para uma licenciatura em culinária e que acabei por não entrar, sento-me no sofá e penso para comigo mesma: que feliz seria eu na cozinha. Obviamente que não poderia ser assim tão simples,não me iria bastar uma cozinha. Para ser mesmo perfeito teria de ser "a" gestora da cozinha e fazer-me ao mundo através dela e já agora arranjar um maridão daquele genero. Mas não , optei por outro caminho, a ver vamos se ele será ou não o correcto e para ver isso tenho de acabar a licenciatura que por sua vez só será possível se passar nas frequências, que por sua vez estão ai mesmo à porta e que por sua vez estão a dar-me cabo dos nervos!
Tenho sido dura demais comigo mesma nestes últimos tempos.
A partir de hoje vou tentar abrandar o meu grau de exigência porque é urgente para a minha sanidade mental e para a dos que me rodeiam e que sentem a minha falta. E a falar verdade e aqui que ninguém nos ouve, eu própria tenho saudades minhas. Do Q.B da minha irreverência. Ridículo não é? Mas verdadeiro.
O difícil aqui está em dosear. É sempre o problema das "doses" . Tenho dificuldade em abrandar a exigência sem cair no desleixo. Mas vou tentar. Tentar a serio. Desta vez sem o receio de não conseguir.
Voltando da minha viagem temporal, a bem da verdade, hoje, no feriado de 1 de Dezembro de 2009, não queria estar nem a acabar de curar a minha ressaca nem tão pouco a ir treinar , o que seria o mais provável se nunca tivesse entrado neste desafio.Assim sendo, parece-me, seguindo a lógica que estou no BOM caminho, ou no caso de não ser o bom , será certamente o MEU.
E por hoje, isso basta-me.
Vou estudar!