24 fevereiro 2011

24 de Novembro

Não ligo muito a datas. Para além de me dar jeito, pois sou exageramente despassarada, o tempo, a vida vai-me desligando destas obrigações em que temos de comemorar , porque atingimos "qualquer coisa" em um numero redondo e finito. Portanto, as datas em si, por norma, passam-me ao lado, mesmo as datas do Amor- e não imaginam o quão romântica sou. Acredito em príncipes e princesas, em princesas e princesas e príncipes e príncipe e ainda em fadas e duendes e vilões cruéis, acredito em tudo, tudinho, acredito até...no AMOR!
Hoje, por acaso e sem me lembrar que dia era, acordei com uma vontade insaciável de a abraçar. De passar-lhe para cada recanto do seu corpo este amor que me tem vindo a encher a vida de esperança, de alegria e de paixão. E reparei agora, que foi precisamente há 3 meses que de repente, uma mulher maravilhosa, entrou na minha vida  e a virou de pernas para o ar, sendo que a pouco e pouco me vai ensinando o quão doce é, amar e ser amada e poder, à luz do dia, viver e partilhar tudo isso.
E assim foi, mais uma vez, esta manhã... e quando a celebração é assim, genuína, então sim, temos outra razão para comemorar e eu meu amor, quero comemorar a partilha que temos feito, tu e eu.

14 fevereiro 2011

Segredinhos de Familia

Nunca te julguei por nada. Talvez, numa fase que é normal os adolescentes passarem, senti-me vítima de uma situação que não queria para mim. Mais tarde e com a sabedoria com que a vida nos brinda, entendi que a linha é sempre ténue e que as escolhas devem ser sempre nossas. Só assim o mundo se equilibra.
E tu fizes-te as tuas. Elas transformaram a nossa vida, mas não necessariamente para pior. Eu julgo, hoje, que foi melhor assim. A minha mãe não seria a mulher que é hoje se contigo continua-se casada, eu teria tido muitos problemas contigo, devido ao feitio que tenho e à forma libertina como sempre vivi  e quis viver a minha vida. Nunca terias tido a coragem de confiar em mim, como teve a minha mãe. Nunca. Pois melhor que ela, sabes as tentações que habitam "lá fora" e irias sempre ter tendência para espelhares os teus erros, em mim.
Ainda assim, a partir do momento que adquiri alguma maturidade emocional, evitei sempre o conflito, o drama. Aceito-te como és. Sou uma mulher bem resolvida em tudo o que a ti e á nós diz respeito. Habituaste-me à ausência e devias saber, pela bagagem que já levas da vida, que o coração, principalmente o de uma mulher, enrije-se e aprende a defender-se daquilo que o fragiliza. Mas tambem devias saber, que sou do bem  e que gosto muito de ti, o suficiente para não querer saber se falhas ou não. Daí não perceber o que hoje me chegou aos ouvidos. Creio, que te estás a deixar vencer pela  vida. E és um parvo. Jamais me afastarei de ti. Limito-me a ser e a agir como sempre agi, deves é estar a ter uma crise de meia idade, só pode!
E há outra coisa não é... ?Hoje que se comemora o amor de uma forma tão mas tão obrigatória, aproveito para expressar a minha vontade cada vez maior, de te alertar para o facto de passados 20 anos, ter a certeza que não gosto da tua mulher. Não te chega nem aos calcanhares. Durante todos estes anos, a minha ingenuidade e vontade de termos paz, nunca me premitiu ver tantas coisas... hoje e porque senti na pele a sua insignificância humana, gostava de te dizer que não gosto dela. Mas enfim..talvez tu tambem não gostes da minha. Assim como eu tenho pena por ti, talvez tu tambem tenhas pena por mim. E mais uma vez, a vida é assim... recheada destas linhas ténues que para uns faz sentido, para outros, nem por isso.
Não tenhas medo, serás sempre o meu PAI. E quando tiveres coragem de chamar por mim, na minha cara, eu irei, como sempre, na paz.

Há 24 horas...

que te larguei e já estou cheia de saudades tuas!

13 fevereiro 2011

Nova Roupagem, para ti e para mim, Mafalda.

Poderia ter-me dado para escrever sobre outra coisa, aliás, o que não falta actualmente são assuntos para rabiscar, talvez fossem até mais interessantes. Acontece que este não é um espaço para ser interessante.
É um espaço que é meu e portanto, tal como eu, tem fases como a Lua. Umas vezes cheia, outras vazia.
A Mafalda...
Fui invadida por uma vontade genuína de dissertar sobre a Mafalda. Desta vez, não sobre a minha tambem adorada Mafalda do "Quino" mas sim a outra, a Veiga.
Sobre o que ela escreve, sobre o que ela canta e sobre a capacidade brilhante que tem de retratar histórias, as nossas histórias.
Sinto cada palavra que ela trabalha, pois na verdade, durante a minha longa e feliz adolescência julguei-as sempre minhas,só minhas. Hoje já sei que para além de não serem minhas, serem dela, são também de outras milhares de vidas sedentas de Humanizar a sua existência.
A melodia da Mafalda, mesclada na autenticidade da sua composição simplista e das palavras tantas vezes difíceis de ilustrar acompanharam-me em tempos idos, na mais bela história da minha vida, aquela que me levou ao encontro comigo própria.
Fazendo parte de um grupo de amigos com um ouvido bastante ecléctico, nunca foi fácil entenderem porque raio respeitava eu, tanto, esta artista portuguesa, feia, feinha, cheia de drama e com voz de cana rachada- era assim que a descreviam os meus adorados amigos. Mal faziam ideia da vida que ela espelhava em mim, pois ás vezes, nem sempre aqueles que nos são mais chegados e queridos, são os que sabem verdadeiramente da nossa vida. Dos nossos lugares secretos, sombras escuras , sois radiantes e cascatas promiscuas, pelas quais tão intensamente viajamos. Não, eles não sabiam... nada.
Volvidos alguns anos e depois de tanto tempo de ausência que a Mafalda teve na minha vida, descubro hoje a "nova" roupagem que a Mafalda colocou nas suas músicas. Naquelas músicas. E não me é indiferente, pois mais uma vez, o timing. O timing da Mafalda na minha Vida. É que tambem a minha enverga nos dias de hoje uma "nova roupagem". Tal como ela, senti a necessidade de trabalhar os conteúdos de uma outra forma.
Não sei o resultado. Nem os da Mafalda, nem os meus. Mas foi urgente transformar. Transformar um passado, que por mais perfeito que seja, como um passado deve ser, chegou ao fim. Acabou.  
Agora há um presente e certamente haverá um futuro e em nenhum deles desejo esquecer-me de tudo aquilo que vivi! E nessa transformação este é o processo mais difícil.
E assim, com uma "nova roupagem" vou vivendo, continuado sempre à procura da Humanização da minha existência, aquela que não permitirei nunca que me roubem. E esta noite,  fiquei assim, imóvel, aninhada no embalar da Mafalda e a pensar que esta, está a ser de facto, uma viagem diferente...  e eu quero que assim seja.

06 fevereiro 2011

Sentada de costas para a minha larga janela da sala

O sol irradia lá fora, a vida chama malvadamente por mim e eu aqui, sentada, de costas para a minha larga janela da sala a tentar arranjar a concentração necessária para estudar.
Talvez se me virar de frente isto me passe....