15 outubro 2009

Nan's song

A vida gira, gira e gira. E o tempo voa. Penso todos os dias que o consigo controlar, mas na verdade não consigo. A diferença é que, sinceramente, hoje não me ralo mais com isso. Quanto mais exigirmos de nós próprios, a longo prazo, menos damos. Pelo menos comigo funcionou assim.
O importante mesmo é eu chegar ao fim do meu dia- já tarde, muito tarde- a minha casa, descalçar os sapatos, sentar-me no sofá e tranquilamente fumar um cigarro com a sensação de dever cumprido.
Aquela sensação, que durante uns tempos andou perdida em mim.A sensação de que corro atrás dos meus sonhos. E estes também já não precisam de ter formas rígidas, totalmente definidas. Basta terem alma.
Aligeirei-me,quem sabe...
E ontem, enquanto sentia tudo isto, descalça,sentada no sofá, fumando um cigarro, olhei-te minha querida avó. A tua fotografia junto ao lugar que era teu.
Através da tua imagem, dos teus olhos fotografados, tentei ver-te ou rever-te, tentei sentir-te e desejei, como uma criança feliz, o teu colo. Não porque estou mal e preciso dele. Não, desta vez não é isso, desta vez é porque estou bem e porque não é só nas alturas que estamos mal que devemos procurar quem nos aquece a alma, mas sim também nas boas, nas positivas.
Tenho saudades de chegar à mesma casa,hoje, só minha, descalçar,não os sapatos, mas os ténis,sentar-me no sofá,controlando-me para não fumar o cigarro na sala e falar contigo, partilhar as minhas ideias, os meus objectivos, que na maior parte das vezes, sei que não entendias bem, mas incentivavas na mesma e acreditavas à seria que eu ia conseguir. Tu estavas sempre, sempre lá, à minha, à nossa espera.
É bom ter a capacidade de te sentir viva em mim!

Com um sorrisso sincero no rosto, hoje, sinto-te a falta, por tudo de bom que foste e continuas a ser na minha vida.

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